Mais de 240 mil pessoas participaram, dia 7, numa manifestação contra a política dos conservadores no poder. Considerada como o maior protesto desde o derrubamento do regime socialista em 1989, a acção foi convocada pelo Comité de Defesa da Democracia (KOD) e teve a adesão da maioria dos partidos da oposição, incluindo os liberais da Plataforma Cívica (PO), o partido camponês (PSL) ou os sociais-democratas e os verdes não representados no parlamento.

Concentrados frente à sede do governo, os manifestantes ergueram bandeiras nacionais e da União Europeia, cantaram o hino nacional e repetiram palavras de ordem em defesa da democracia e da Constituição.

No desfile estiveram presentes várias figuras públicas, nomeadamente o antigo presidente da República, Bronislaw Komorowski, que declarou estar ali para «lutar pela liberdade na Polónia e pela democracia».

Por seu lado, Grzegorz Schetyna, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros do PO, qualificou de «autoritário» o actual governo, dominado pelo partido Direito e Justiça. E afirmou que o protesto é o início de uma «longa marcha».

As críticas ao executivo de direita subiram de tom nos últimos meses após a aprovação de uma séria de medidas que limitam os poderes do Tribunal Constitucional e acentuam a governamentalização dos meios de comunicação social públicos. Também a proposta de criminalizar o aborto é motivo de forte polémica.